O aço inoxidável são de grande importância para a indústria do bioprocessamento devido a sua qualidade higiênica, asséptica e de resistência à corrosão. Todas essas características são devido ao mesmo fator: a formação de um óxido passivante na superfície do aço. este óxido, também conhecido como filme passivo ou película passiva, é formado principalmente por compostos de óxidos de cromo, ferro e a presença de elementos como molibdênio e níquel. Uma regra muito simples é utilizada e trata-se da razão de cromo para ferro (Cr:Fe), sendo que o critério de qualificação de superfície passivada é a razão Cr:Fe > 1.3.
Portanto, busca-se maximizar a quantidade de cromo presente na composição química do filme passivo e reduzir a quantidade de ferro para, dessa forma, o filme ter melhores propriedades e ser mais resistente. Há textos que descrevem o filme passivo como uma camada de óxido de cromo, mas não é isso na realidade. O filme passivo é uma fina película (na ordem de nanômetros) de composição complexa, como mostra a Figura 1.
A Tabela 1 apresenta a composição química do filme passivo obtida por análise de espectroscopia de fotoelétrons excitados por raio-x (XPS) para o aço 316L como-recebido, lixado na rugosidade média Ra de 0.8 microns, e para uma superfície de mesmo Ra passivada. Percebe-se que a composição química sofre alterações em função da condição de acabamento, e que a passivação química reduziu o percentual de Fe e aumento em cromo. Concluimos que a composição química do filme passivo pode ser adequadamente manipulada para o aumento da resistência da superfície.
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