Muitas são as variáveis que podem afetar o bom desempenho operacional de um tanque ou utilidade de aço inoxidável durante o bioprocessamento, tais como a composição dos produtos processados e temperatura, índice de incrustação e biofilme, vapor e processos de limpeza.
Quando a inspeção para avaliação de um equipamento de aço inoxidável é necessária existe um escopo de técnicas específicas e interpretações de resultados particulares que tornam necessário a atuação de empresa e profissionais especializados em aplicação de aços inoxidáveis. Diferente do aço carbono, os aços inoxidáveis são afetados pelo detalhe e o conhecimento de engenharia de materiais é fundamental para detectar potenciais falhas e/ou determinar a causa-raiz de problemas.
Além da avaliação convencional de integridade física (espessura, soldas) a inspeção de equipamentos de aço inoxidável deve considerar aspectos relacionados à metalurgia, engenharia de superfície e grau de passivação. A Figura 1 apresenta um ensaio de réplica metalográfica onde avalia-se a modificação microestrutural do aço por processo de soldagem que conduziu à corrosão localizada devido a sensitização da zona termicamente afetada.
Figura 1. Réplica metalográfica em progresso para avaliar a sensitização do aço inox.
A rugosidade média (Ra) tem efeito importante sobre a adesão de biofilme e a eficiência da limpeza (CIP) da superfície e devem ser obrigatoriamente monitoradas.
O grau de passivação refere-se à avaliação das propriedades e resistência do filme passivo formado na superfície do aço inoxidável, característica comumente negligenciada pela indústria. Avaliar o grau de passivação significa conhecer se o equipamento tem sua superfície devidamente protegida contra a oxidação para o meio e resistente contra a corrosão. Sabe-se atualmente que é possível quantificar o grau de passivação e, uma vez mensurado, há mecanismos de aumentar sua resistência (via passivação química) e, portanto, maximizar a vida útil e confiabilidade doequipamento.
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